Uma análise detalhada dos dados de campanha e mandato do Deputado Sóstenes Cavalcante, autor do controverso Projeto de Lei do Estupro, revela uma série de conexões questionáveis e gastos suspeitos. Esta investigação, dividida em duas partes, examina os gastos com divulgação parlamentar e um incidente fatal envolvendo o deputado, além de suas declarações patrimoniais.
Gastos Parlamentares e Conexões Suspeitas
A investigação utilizou informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do portal da transparência da Câmara dos Deputados e da Receita Federal. Um dos pontos centrais foi a análise dos gastos do mandato de Sóstenes Cavalcante com divulgação parlamentar, onde foram encontradas ligações indiretas com figuras como Carla Zambelli, o Movimento Nas Ruas e a Deputada Bia Kicis.
Uma nota fiscal no valor de R$ 7.000,00, emitida para uma empresa de redes sociais, chamou a atenção pelo seu número, 002. Embora o valor em si não seja significativo, o número baixo da nota fiscal levantou suspeitas. A empresa em questão tem como proprietária uma sócia de Humberto Bernardino da Silva, também conhecido como Beto Morato.
Morato, ex-militante do Movimento Nas Ruas, foi mencionado em uma matéria do Poder360. A reportagem revelou que ele abriu uma empresa em nome da sogra para prestar serviços de mídia a Bia Kicis, notória apoiadora do governo e investigada por disseminação de fake news. Este histórico lança uma sombra sobre as atividades de Morato e suas conexões com figuras políticas.
A investigação também encontrou indícios de que a empresa de Morato possa estar ligada a pagamentos para Walter Delgatti, o “Hacker de Araraquara”, conforme relatado pelo Brazilian Report. Delgatti ficou conhecido por hackear mensagens de autoridades brasileiras, o que levanta questões sobre a legalidade das operações financeiras envolvendo a empresa.
Incidente Fatal e Declarações Patrimoniais
Além dos gastos suspeitos, Sóstenes Cavalcante esteve envolvido em um acidente de trânsito que resultou na morte de uma idosa de 81 anos. Segundo uma matéria do portal i24, o acidente, ocorrido em Goiás, não foi devidamente investigado. O veículo envolvido, um Toyota Corolla blindado, estava registrado nas prestações de contas parlamentares do deputado, confirmando o uso de recursos públicos para o aluguel do carro.
Outra área de preocupação é a discrepância nas declarações patrimoniais de Sóstenes Cavalcante. Em 2014, o deputado declarou possuir cerca de R$ 64 mil em bens, valor que aumentou para R$ 134 mil em 2018. No entanto, em 2022, sua declaração de bens caiu drasticamente para menos de R$ 5 mil. Investigações adicionais revelaram que Sóstenes e seu pai possuem uma Faculdade de Teologia, registrada apenas no nome do pai na Receita Federal, além de duas igrejas evangélicas Assembleia de Deus em Minas Gerais e Goiás.
As conexões e gastos revelados por esta investigação levantam sérias questões sobre a transparência e a integridade do mandato de Sóstenes Cavalcante. As ligações com figuras envolvidas em disseminação de fake news e possíveis operações financeiras irregulares demandam uma investigação mais aprofundada por parte das autoridades competentes.
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